sexta-feira, 25 de março de 2011

Soundtrack

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Satã Trismegisto

Esta música nasceu da indignação em ver como o ser humano pode ser egoísta e mesquinho.
Escolhi o primeiro poema (chamado Ao Leitor), do livro As Flores do Mal do poeta francês Charles Baudelaire, pois os sentimentos presentes no texto vieram de encontro com o que eu sentia.
A narração do poema é de Laisa. Que aliás teve muita paciência em fazer a gravação da narração várias vezes até chegarmos na que esta presente na música.
Por se tratar de uma peça eletroacústica, todos os sons presentes foram gravados previamente e depois manipulados através de softwares de edição, inclusive a voz, passou por algumas mudanças feitas no computador.
Na estrutura da peça, o arpeggio de piano que aparece no início tem a função de mostrar que ainda existem coisas boas no ser humano, mas logo em seguida, trabalho uma ambiência para que seja possível a narração do texto com toda a carga negativa que este traz consigo. Em alguns trechos, procuro até mesmo dar uma cara demoníaca, para enfatizar certas "qualidades" da humanidade.

Veja a música no youtube através do link:
http://www.youtube.com/watch?v=uzvHiV7aSFc


Segue abaixo o poema de Charles Baudelaire:

Sempre tolice e erro, culpa e mesquinhez
Trabalham nosso corpo e ocupam nosso ser,
E aos remorsos gentis, nós damos de comer
Como o mendigo nutre a sua sordidez.

Frouxo é o arrependimento e tenaz o pecado,
Por nossas confissões muito é o que a alma reclama,
Voltando com prazer a um caminho de lama,
Crendo lavar as manchas com pranto amaldiçoado.

Junto ao berço do Mal é Satã Trismegisto,
A nossa alma a ninar tão longamente invade,
Do precioso metal desta nossa vontade
Este alquimista faz um vapor imprevisto.

É o Diabo que nos move através de cordéis!
O objeto repugnante é o que mais nos agrada;
E do inferno a descer sempre um degrau da escada,
Vamos à noite errar por sentinas cruéis.

Tal como um libertino que beija e mastiga
O seio enrugado de velha vadia,
Furtamos ao acaso uma oculta alegria
Que esprememos assim como laranja antiga.

Espesso, a formigar como um milhão de helmintos,
Ceva-se em nossa fronte um povo de avejões,
E quando respiramos, a Morte nos pulmões
Desce, invisível rio e com sons indistintos.

E se o estupro, o veneno, o incêndio e a punhalada,
Não puderem bordar com seus curiosos planos
A trama banal vã dos destinos humanos,
É que nossa alma enfim não é bastante ousada.

No entanto entre lebréus, panteras e chacais,
Macacos e escorpiões, abutres e serpentes,
Os monstros a grunhir, ladrantes ou gementes,
Que são o nosso vício em infames currais,

Um existe mais feio e mais perverso e imundo!
Embora não se expanda em gestos ou em gritos,
De bom grado faria da terra só detritos
E num simples bocejo engoliria o mundo.

É o tédio! – os olhos seus que a chorar sempre estão,
Fumando o seu huka (cachimbo), sonha com o cadafalso.
Tu o conheces, por certo, o frágil monstro, ó falso
Hipócrita leitor, meu igual, meu irmão!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Diálogo entre dois amigos

Diálogo entre dois amigos é uma peça de minha autoria composta em 2008. Nesta quis retratar o diálogo entre violoncelo e piano (dois amigos), colocando em cada um deles características humanas, como no piano, onde procurei associar um caráter inquieto, impaciente, para em contrapartida no violoncelo, usar um caráter calmo, sereno.
Ao longo da peça, retratei diferentes tipos de diálogos, desde os mais calmos (caracterizados por tonalidades mais brilhantes e acordes maiores), até os mais turbulentos (caracterizados por tonalidades menores e acordes diminutos e aumentados - mais sombrios).


Intérpretes:
Piano: Adriano Gorni
Violoncelo: Alex Santos


quarta-feira, 29 de julho de 2009

Série: Música Eletroacústica, não Eletrônica

Esta série tem por objetivo sensibilizar o público leigo em música eletroacústica, ou mesmo aqueles que dizem que esta é muito chata e sem sentido. Através de imagens associadas à música eletroacústica, espero mostrar de forma superficial o que é a música eletroacústica, assim como estimular a curiosidade e o prazer ao escutá-la.

Série: Música Eletroacústica, não eletrônica





terça-feira, 7 de agosto de 2007

Luto

Quero através desta postagem demonstrar as minhas condolências pela morte do Violoncelista Zygmunt Kubala. Não o conhecia diretamente, mas através de amigos tive acesso ao seu trabalho, que na minha opinião, é de valor inestimável.
Também presto homenagem ao Alex Santos, aluno de Kubala e um dos melhores amigos que tenho. Sei que Kubala fará muita falta no mundo musical erudito assim como para seus alunos que tinham grande respeito pelo mesmo, mas espero que achem amparo na memória de Zygmunt, pois o legado que ele deixou serve de estímulo para as futuras gerações e isso, ninguém consegue esquecer.
Um grande abraço para todos que sofreram com a perda de Zygmunt Kubala, em especial ao meu amigo Alex Santos.

Procure na Arte de Gorni

 
E-mail: aartedegorni@hotmail.com